Aquário Plantado: Um Guia Completo
É impossível começar este artigo sem mencionar o grande mestre dos aquários, Takashi Amano. Fotógrafo e aquapaisagista, Amano fundou a Aqua Design Amano (ADA) e dedicou sua vida à arte dos aquários. Como fotógrafo, ele viajou por florestas tropicais na Amazônia, Bornéu, África Ocidental e no Japão, capturando a beleza da natureza intocada. Suas obras foram expostas internacionalmente, e seus aquários são verdadeiras obras de arte.
Infelizmente, Amano faleceu em 2015, aos 61 anos, devido a uma pneumonia. Sua última obra foi no Oceanário de Lisboa, na exposição “Florestas Submersas”. Tive o prazer de visitar essa magnífica instalação, que deveria ser considerada a oitava maravilha do mundo! O tanque de 40 metros de comprimento, em formato de U, foi construído com troncos da Escócia e da Malásia, rocha vulcânica dos Açores, plantas aquáticas e peixes tropicais, formando o maior aquário natural do mundo. A sensibilidade artística de Amano se reflete na harmonia e tranquilidade do ambiente aquático.
Agora, vamos ao que interessa para nós: como criar um aquário plantado de sucesso. Este tipo de aquário requer experiência e dedicação, pois as plantas aquáticas são mais exigentes que os peixes. Vamos abordar quatro aspectos essenciais: substrato, iluminação, CO2 e fertilizantes.
Substrato
O substrato é crucial, pois é onde as plantas fixam suas raízes e absorvem nutrientes. No mercado, há vários tipos de substratos, mas fazer o próprio pode ser mais econômico, embora produtos industrializados geralmente ofereçam melhores resultados. As plantas anfíbias, comuns em aquários plantados, absorvem a maior parte dos nutrientes através das raízes, tornando um substrato fértil indispensável.
Camada Fértil: Deve ser isolada da coluna de água para evitar turbidez. Produtos industrializados são preferíveis para aquários profissionais.
Camada Inerte: Isola a camada fértil e ajuda na fixação das raízes. Areia tratada de rio, areia de construção bem lavada e fervida, areia Black mbreda ou cascalho são boas opções. Produtos da ADA também são excelentes, embora mais caros.
Iluminação
Sem luz, não há vida. A iluminação é fundamental para o desenvolvimento das plantas. Antigamente, usava lâmpadas tubulares tipo luz do dia, depois HQI, que imitam a luz solar mas consomem muita energia e aquecem a água. Hoje, utilizo luminárias de LED, que são eficientes, econômicas e não aquecem a água.
Tipos de Luz:
- Incandescentes de tungstênio (2.700K): Principalmente residenciais, com cor amarelada.
- Halógenas (3.000K): Mais eficientes que incandescentes, com luz branca e brilhante.
- Fluorescentes compactas (4.000K a 6.100K): Altamente eficientes, usadas em áreas comerciais e industriais.
- Fluorescentes tubulares (4.000K a 6.000K): Combinam iodetos metálicos, muito brancas e brilhantes.
- Vapor de sódio (2.000K a 2.500K): Luz branca dourada, usadas em áreas onde a reprodução de cor não é crucial.
- LED (5.600K): Manipuláveis e eficientes, ideais para aquários plantados.
CO2 e Fertilizantes
Além do substrato e da iluminação, o CO2 é vital para a fotossíntese das plantas. Sistemas de injeção de CO2 ajudam a manter níveis adequados para o crescimento saudável das plantas. Os fertilizantes complementam os nutrientes do substrato, fornecendo elementos essenciais como ferro, potássio e nitratos.
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