O Aquário da Alma: As Lições de Jesus para Aquaristas e a Vida

Era uma tarde tranquila nas margens do Mar da Galileia, e os discípulos estavam reunidos ao redor de Jesus, como tantas vezes faziam. A brisa suave soprava sobre as águas, e o sol dourado refletia sua luz nas ondas, criando um cenário de paz e beleza. Jesus, sempre atento às pequenas coisas da criação, observava o movimento dos peixes nas águas cristalinas, com um brilho nos olhos, como se visse algo mais profundo no simples ato de um peixe nadar.

Os discípulos sabiam que Jesus amava a natureza. Muitas vezes Ele usava a criação como metáforas em Suas lições — as aves do céu, os lírios do campo, a videira, o grão de mostarda. Nesse dia, ao observar os peixes, Jesus sentiu que havia uma lição especial para ensinar. Ele pediu a Pedro, que era pescador, que trouxesse um balde de água e alguns dos peixes que haviam pescado naquela manhã. Pedro, sem hesitar, correu para o barco e voltou com os peixes, entregando-os a Jesus com reverência.

Jesus segurou um dos peixes com cuidado, o colocando no balde cheio de água. Os discípulos, curiosos, se aproximaram para ver o que o Mestre faria. Jesus sorriu ao ver o peixe nadando com tranquilidade, e então falou com ternura, como se revelasse um segredo guardado nas profundezas do coração de Deus.

“Vejam este peixe”, disse Jesus, apontando para a pequena criatura. “Ele vive neste ambiente, na água, movendo-se com graça e propósito. Ele não se preocupa com o amanhã, nem se angustia com o que está por vir. A água que o cerca lhe dá tudo o que ele precisa. Ele confia em seu Criador, e isso é suficiente.”

Os discípulos escutavam atentamente, fascinados pela simplicidade e profundidade das palavras de Jesus. Ele continuou, “Assim como este peixe depende da água para viver, vocês também devem viver imersos na confiança em Deus. A água para o peixe é como o amor do Pai para vocês. Quando estão envolvidos nesse amor, quando confiam plenamente, encontram paz e vida verdadeira.”

Tomé, sempre questionador, perguntou: “Mas, Mestre, o que acontece se o peixe sair da água? Ele não pode continuar vivendo?”

Jesus olhou profundamente nos olhos de Tomé e respondeu: “Se tirarmos o peixe da água, ele não poderá mais viver, porque foi criado para esse ambiente. Da mesma forma, se vocês tentarem viver longe do amor e da presença de Deus, suas almas se secarão. Assim como o peixe precisa da água, vocês precisam da fé, do amor, da comunhão com o Pai. Este é o ambiente para o qual foram criados.”

Os discípulos refletiram sobre essas palavras, e João, sempre sensível ao espírito de Jesus, acrescentou: “Mestre, eu vejo agora que, assim como um aquário, onde o ambiente precisa ser cuidadosamente mantido para o peixe prosperar, nossa fé também deve ser nutrida. Precisamos cuidar de nossa alma, de nosso coração, assim como cuidamos da vida em um aquário.”

Jesus sorriu novamente, satisfeito com a compreensão de João. “Exatamente, João. O aquário é um microcosmo da criação. Nele, tudo está em equilíbrio — a água, a luz, o alimento. Tudo é importante para que a vida floresça. Da mesma forma, seus corações devem estar em equilíbrio com a fé, o amor e a obediência. E quando vocês cuidam desse ambiente interior, sua vida também florescerá.”

Pedro, que era conhecido por sua impulsividade, então perguntou: “Mestre, mas e quando as águas da vida ficam turbulentas? Quando o equilíbrio parece impossível de ser mantido?”

Jesus olhou para o horizonte, onde as águas do Mar da Galileia começavam a se agitar levemente. Ele se virou para Pedro e disse: “Mesmo nas águas turbulentas, Eu estou com vocês. Lembrem-se de quando caminhei sobre estas mesmas águas, e vocês temeram as ondas. Eu lhes disse para não terem medo, porque, com fé, vocês podem caminhar sobre qualquer tempestade. Da mesma forma, mesmo que a água de seus corações se agite, confiem em Mim. Eu sou a paz que acalma o mar.”

Os discípulos ficaram em silêncio, profundamente tocados pelas palavras de Jesus. O peixe no balde continuava a nadar calmamente, sem se preocupar com as ondas do lado de fora. E naquele momento, eles entenderam que, assim como o peixe vive na água, eles deveriam viver em Cristo, confiando nEle em todas as circunstâncias.

Jesus pegou o peixe gentilmente e o devolveu ao mar, onde ele se misturou com as águas profundas, sumindo de vista. Ele então se voltou para os discípulos, com um sorriso calmo. “Assim como o peixe é livre no mar, vocês também encontrarão verdadeira liberdade em Mim. Vivam na plenitude do amor do Pai, e todas as outras coisas lhes serão dadas. Pois, assim como cuido dos peixes do mar, cuido de cada um de vocês.”

E assim, naquela tarde à beira do Mar da Galileia, Jesus não apenas ensinou sobre o aquarismo, mas sobre a vida em Deus, sobre confiança, equilíbrio e paz interior. Para os discípulos, o simples ato de observar um peixe nadar nunca mais seria o mesmo. Eles sabiam que, em cada pequena criatura, em cada onda e em cada gota d’água, havia uma expressão do cuidado amoroso e providencial do Criador.

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